CAPÍTULO
2
FRANQUIA X
NEGÓCIO PRÓPRIO
Por
que empreender?
Há
um livro que considero um divisor de mentalidade e que, pessoalmente, lamento
não ter sido escrito há mais tempo, no início de minha vida profissional, pois
talvez tivesse evitado alguns de meus erros. Trata-se do livro “Pai rico, Pai
pobre”, de Robert Kiyosaki.
Nesse
livro o escritor aborda de forma desconcertante o direcionamento da formação ao
qual somos induzidos por nossos pais para a vida profissional futura. Eles por
sua vez o foram pelos nossos avós e nós, de nossa parte, também transmitimos
aos nossos filhos. Esse balizamento, hoje discutível com o objetivo exclusivo
de um bom emprego ou de uma bela atividade liberal, está seriamente
comprometido frente à realidade atual. E tende a ficar pior, pois cada vez está
mais difícil obter-se boa renda e segurança financeira do trabalho assalariado
ou num consultório ou escritório.
Obviamente
não se está defendendo a tese de que estudo não é mais necessário. Muito pelo
contrário! Quanto mais instrução e conhecimento, mais qualificada a pessoa está
para enfrentar o cada vez mais competitivo mercado de trabalho, em qualquer
gama de atividade, pois dispõe de melhores técnicas para soluções de problemas
e de estratégias mais eficazes. A associação inconsciente de dados e
informações vira raciocínio lógico sem que você perceba. Assim, quanto mais
dados e informações tiver, maiores são as possibilidades de associações em seu
cérebro.
O
problema é que o verbo empreender não é ensinado, salvaguardando os filhos de
pais empresários, nem pelas escolas. Mesmo uma formação acadêmica deixa a
desejar nesse importante fundamento, que é o real motor da economia mundial.
Então, temos que nós mesmos colocar as mãos na massa. Vamos lá.
COMENTÁRIO:
existem escolas de empreendedorismo nos Estados Unidos, como o Babson College,
além de centros de excelência como Wharton, Harvard e Stanford. No Brasil as
melhores experiências vem de incubadoras dentro de centros de ensino.
Particularmente me agrada muito estes berços de empresas nas escolas e sempre
que possível procuro soluções junto a elas, pois além de menor custo, os jovens
empreendedores têm mais criatividade, fato que pode compensar a inexperiência.
Cabe ao tomador do serviço a dosagem dessa receita explosiva para obter bons
resultados.
Sendo
somente assalariado, a tendência é você ficar cheio de dívidas ruins que tiram
dinheiro de seu bolso, tais como: hipoteca imobiliária, saldo devedor do cheque
especial, parcelas do cartão de crédito, despesas com casa na praia, etc.
Embora o salário possa aumentar com as promoções ao longo da vida profissional,
a dívida também cresce estimulada que é pelas maiores facilidades de crédito
que você conquista. É exatamente isso que seus credores desejam: a manutenção
deste circulo vicioso porque sempre que você financia algo, remunera o capital
de alguém. Sua prestação é renda para eles e o dinheiro que saiu do seu bolso
vai para o bolso deles.
Isso
é o que diferencia os pobres e a classe média dos ricos: enquanto a maioria
trabalha por dinheiro, a minoria faz o dinheiro trabalhar para eles. O segredo
para mudar de posição é fazer dívidas boas ao invés de dívidas ruins. Mas o que
é uma dívida boa. Vou lhe dar dois exemplos: você compra um imóvel hipotecado e
o aluga por valor no mínimo igual à prestação; você toma um empréstimo para
abrir seu negócio e ele se paga. Ao final do financiamento, o bem adquirido é
integralmente seu e quem pagou não foi você, mas a renda gerada pelo próprio
imóvel ou negócio. Doravante, você tem um bem no seu patrimônio que pode ser
capitalizado ou pode lhe proporcionar rendimento todos os meses.
Empreendendo,
você pode conquistar um sistema de gerar dinheiro que lhe possibilite ganhar a
vida, constituir uma família, educar os filhos, ter tranquilidade e conforto no
futuro. Vejo isso de três maneiras:
→
Você pode criar um sistema, ou seja, desenvolver um negócio próprio.
→
Você pode comprar um sistema, ou seja, adquirir uma franquia.
→
Você pode participar de um sistema, ou seja, tomar parte num misto de negócio
próprio e franquia, juntando as vantagens dos dois em uma empresa sem
fronteiras. Essa é a melhor alternativa pois significa parceria mais ampla nos
negócios entre pessoas e empresas.
Permita-me
abusar de sua boa vontade e propor uma distração educativa cuja solução é uma
boa lição:
LIGUE OS 9 PONTOS
ABAIXO COM 4 LINHAS RETAS, SEM TIRAR A CANETA DO PAPEL:
Se
você não conseguiu, não tem problema. Veja a solução ao final das postagens. Quando fui
apresentado para a questão, bem no início de minha vida profissional, num grupo
de mais de trinta pessoas somente uma resolveu, e não fui eu. Se você
solucionou, parabéns. O que importa é compreender a mensagem e mudar a maneira
de encarar as coisas. Assim, para resolver problemas encontrados no dia a dia
muitas vezes não podemos ficar limitados ao quadrado induzido em nossa mente.
Sair do cerco é fundamental para enxergar o todo. Ter uma visão diferenciada da
maioria faz diferença.
É
oportuno lembrar que também faz diferença buscar fatos e não opiniões para
tomar decisões. Frequentemente esquecemos disso e tomamos decisões importantes
baseados em opiniões, e pior, muitas das vezes na opinião de outras pessoas: a
bolsa vai subir; invista naquela região da cidade porque acho que ela vai
desenvolver-se; pode comprar um carro igual ao meu porque faço eu o acho
fantástico, etc, etc. A regrinha para não cair na armadilha é simples: se algo
não puder ser evidenciado, não é fato, é opinião.
Pesquisas
foram feitas para identificar as principais razões que dificultam o início de
um negócio próprio. São elas:
—
É preciso muito dinheiro;
—
Toma muito tempo;
—
O risco é muito grande;
—
Não sei como fazer.
As
duas primeiras afirmações são comuns tanto ao negócio próprio, quanto à
franquia, com duas observações. Comprar uma franquia representa, na média do
mercado, uma maior disponibilidade de capital para ser investido. Já em relação
ao tempo, o que é melhor: dispor seu tempo, através do trabalho assalariado,
para benefício dos outros ou dispor seu tempo, em seu benefício, através de um
empreendimento próprio?
A
terceira referente ao fator risco é estatisticamente menor se você optar por
comprar uma franquia. É sabido que o baixo índice de mortalidade das franquias
são conseqüências da imagem da marca e do sistema de negócio do franqueador,
principalmente. Ainda assim, mesmo que você compre uma franquia de uma empresa
idônea, bem administrada e ética, o empreendimento pode enfrentar problemas
causados pela concorrência ou pelas condições do mercado.
A
última afirmativa, não saber como fazer, é responsável pelo grande número,
também estatístico, do fechamento prematuro de empresas, pois o mercado não
perdoa empreendedores despreparados na idealização e condução do negócio
próprio. Bom empreendedor tem como regra número 1 aproveitar a experiência dos
outros sempre que for possível. Dito de outra forma: as pessoas inteligentes
aprendem com os próprios erros. As pessoas mais inteligentes aprendem com os
erros dos outros. Nesse aspecto, a compra de uma franquia praticamente elimina
erros operacionais comuns ao aprendizado e ao mesmo tempo possibilita um ótimo
controle econômico financeiro do negócio. Como desvantagem, uma vez dominado o
sistema do franqueador, novas idéias ou produtos podem surgir e franqueados com
forte espírito empreendedor podem ver tolhidas suas pretensões de participar e
colaborar ativamente no sucesso da rede e inclusive, de ganhar com isso.
Considere
este assunto muito bem resolvido pela empresa franqueadora se ela admitir, de
forma cabal, efetiva parceria dos franqueados no negócio, pois é certa que a
melhor estratégia de sobrevivência e crescimento num mercado dia a dia mais
competitivo é a evolução da idéia central em meio a um caldo de idéias emanadas
de todos os operadores do sistema.
O
sistema de negócio chamado franchising
Pode-se dizer que a empresa americana
Singer Sewing Machine Company, fabricante de máquinas de costura, inventou o
franchising por volta de 1850. Ela propôs a comerciantes independentes, que se
dispusessem seguir algumas regras e ter suas lojas doravante denominadas
Singer, vantagens comerciais na distribuição de seus produtos. A estratégia
provou ser ótima porque a Singer com muito pouco investimento multiplicou e
padronizou seus canais de distribuição, passando a ser conhecida em quase todo
o território americano. Os comerciantes, por sua vez, passaram a obter melhores
resultados financeiros aplicando métodos de controles sugeridos pelo
fabricante.
A prática obviamente foi seguida por
outras empresas e como tudo na vida, problemas surgiram. Próximo da metade do
século XX, a imprensa americana publicava reportagens sensacionalistas focando
famílias arruinadas que tinham perdido economias de uma vida inteira com a
compra e operação de uma franquia. Procuradores estaduais não viam com bons
olhos e alguns deputados até chegaram a apresentar projetos de lei para proibir
o modelo de negócio. Entretanto isso são águas passadas porque com a
regulamentação nos Estados Unidos, na década de 70, o franchising tornou-se um importante
multiplicador de negócios no mundo. No Brasil existe a Lei N° 8.955, de
15/12/94, que dispõe sobre o contrato de franquia empresarial (franchising) e
dá outras providências sobre o assunto.
Há
também a Associação Brasileira de Franchising (ABF) constituída com os
objetivos de divulgar as empresas franqueadoras associadas, exclusivamente, e
difundir o conceito de franchising e seus benefícios. A definição que encontrei
à época que escrevi este livro no site da ABF foi: “Franchising é uma estratégia
para a distribuição e comercialização de produtos e serviços. É um método
seguro e eficaz para as empresas que desejam ampliar suas operações com baixo
investimento, representando, por outro lado, uma grande oportunidade para quem
quer ser dono de seu próprio negócio. O franqueador é a empresa detentora da
marca, que idealiza, formata e concede a franquia do negócio ao Franqueado que
é uma pessoa física ou jurídica, que adere à rede de franquia. No sistema de
Franchising, o Franqueado investe recursos em seu próprio negócio, o qual será
operado com a marca do franqueador e de acordo com todos os padrões
estabelecidos e supervisionados por ele. A essência do Franchising está na
parceria. Por isso, o sistema tem alcançado elevados índices de êxito, medidos
por taxas de sucesso das franquias nos mais diversos ramos de atividade.”
Minha
definição é mais prosaica: Franquia é um clone de negócio próprio, de sucesso,
que multiplica canais de distribuição e/ou gera direitos autorais ao
franqueador e renda para o franqueado.
As
empresas que têm alcançado sucesso no franchising têm algumas características
comuns que são, basicamente, as seguintes:
1) São empresas
detentoras de marcas fortes, com apelo junto ao público consumidor, marcas que
muitas vezes nem sequer existem há muito tempo, mas que têm o atrativo
necessário.
2) Seus produtos
e/ou serviços respondem aos anseios do mercado consumidor.
3) Sua
tecnologia de instalação/operação/comercialização no varejo é eficaz e pode ser
transferida relativamente em pouco tempo, com treinamento e supervisão, mesmo para
alguém que não seja do ramo.
4) Os pontos
para comercialização de seus produtos e/ou serviços podem ser padronizados e
instalados em qualquer local ou território julgado adequado, sem maiores
dificuldades.
5) Os
investimentos necessários à instalação e as despesas com a operação de cada um
desses pontos de venda são compatíveis com a rentabilidade que se pode esperar
do mesmo.
Dentro
do modelo de negócio chamado franchising existe praticamente todo tipo de franquia,
ou seja, qualquer que seja a atividade comercial que você deseje atuar,
encontrará uma empresa franqueadora.
Quando
vamos comprar ou alugar algo, é razoável pressupor que haverá um pagamento pela
posse ou uso do mesmo. Na aquisição de uma franquia não é diferente.
Normalmente, para ter uma franquia, você desembolsa um valor para ingresso no
sistema do franqueador, chamado taxa de franquia, que é único e comumente pago
no momento da assinatura do contrato de franquia. Pelos usos da marca e sistema
de negócio, além da transferência de conhecimento (know-how), enquanto durar o contrato, você remunera ao franqueador
um valor chamado royalties.
Royalties
é uma palavra inglesa, consagrada no franchising, que significa “direitos
autorais”. Todas as empresas franqueadoras, sem exceção, cobram royalties, quer
de forma implícita, quer de forma explícita.
Embora
algumas vezes você possa deparar com a informação “não cobramos royalties” num
folheto de uma empresa franqueadora, isso não é verdade. Sempre que isso
acontecer, entenda que as empresas franqueadoras são fabricantes e/ou
fornecedoras exclusivas de produtos ou insumos para suas franquias e, neste
caso, as unidades franqueadas são importantes canais de distribuição daquelas
empresas. Dessa forma, haverá a cobrança implícita de royalties, destinados a
cobrir despesas oriundas da pesquisa, desenvolvimento, fabricação e logística
de produtos e insumos da rede, que estão sempre incluídos no valor de reposição
de estoque da franquia. Algumas empresas franqueadoras que se enquadram nesta
descrição também adotam a prática de cobrar royalties explícitos sobre o valor
das vendas da franquia. Este valor é cumulativo aos royalties implícitos e
serve para pagar os custos de captação, treinamento e fiscalização da sua rede
de franquias.
Empresas
franqueadoras que não são fabricantes ou fornecedoras de produtos, mas são
detentoras de marcas fortes e sistemas de sucesso de vendas, cobram royalties
sobre o volume de vendas da unidade franqueada. A maneira usualmente adotada
por esses franqueadores, para definição do valor dos royalties, é a utilização
de um percentual sobre o faturamento bruto mensal da franquia. É possível que
essa maneira de remuneração tenha sido inspirada, de forma avessa, nas
comissões pagas a vendedores que recebem um percentual sobre os valores
negociados. O princípio motivador presente nesta metodologia é cristalino, pois
quanto mais a pessoa vende, mais recebe. O pagamento de comissões – ou a
cobrança de royalties implícitos – funciona sem contratempos, pois todo a
sistemática de vendas e controles está nas mãos do fabricante e/ou distribuidor
exclusivo dos produtos e insumos.
Na
contramão dessa sistemática, cobrando royalties sobre o volume de vendas,
quanto mais a franquia vende mais paga e isso pode vir a ser um problema
porque, afinal, a coisa fica meio parecida com imposto e ninguém gosta disso.
Assim, franqueadores cuja rede de franquias é abastecida por terceiros,
dependem do conhecimento do valor das vendas correto de cada unidade franqueada
para cobrar os royalties, pois todo o processo de faturamento e controles é
feito pela franquia e isso pode ser um gerador potencial de conflitos entre as
partes, notadamente quando o volume de vendas não atinge os patamares previstos
pelo franqueador. Analise a cláusula contratual abaixo, que eventualmente pode
ser encontrada em contratos de franquia empresarial, e tire suas conclusões:
Cláusula ... – A FRANQUEADA
reconhece ser um direito inquestionável da FRANQUEADORA a fiscalização, tendo
em vista que a participação no movimento de vendas é do próprio espírito que
presidiu a celebração deste contrato, sendo pois um pressuposto indispensável
para a definição do valor aludido no item anterior que a FRANQUEADORA tenha o
perfeito conhecimento do efetivo valor de seu faturamento bruto, ficando
assegurado à FRANQUEADORA, a qualquer tempo, a faculdade de manter no interior
da franquia, nos locais que entender convenientes, inclusive na “boca do caixa”
e pelo tempo que reputar necessário, quantos funcionários, representantes,
prepostos, procuradores, agentes e auditores desejar, para apurar o
faturamento, podendo anotar todos os registros de caixas e os demais dados ou
elementos que julgar necessários, não podendo a FRANQUEADA, sob nenhum título
ou pretexto, impedir ou mesmo simplesmente embaraçar o exercício dessa
fiscalização, ficando perfeitamente esclarecido que o exercício da
fiscalização, pela forma aqui prevista, não caracterizará turbação na atividade
do FRANQUEADA.
Uma
opção para eliminar a cobrança de royalties que dependem do faturamento das
franquias, pode ser a intermediação do franqueador junto às empresas
fabricantes dos produtos e insumos usados em sua rede ou a criação de centros
de distribuição, geridos pelo franqueador ou por terceiros subordinados a ele. Em
ambos os casos há acréscimos de custos, que podem inviabilizar o negócio, ou
que devem ser absorvidos pelas franquias da rede. Por exemplo, o maior
franqueador mundial na área de fast-food
adota as duas e também cobra royalties sobre o faturamento da unidade
franqueada.
Outra
alternativa pode ser a definição de um valor fixo de royalties que independa do
faturamento. O estabelecimento do montante deve ser criterioso e justo, de
forma que seja pagável para o franqueado e ao mesmo tempo remunere e
possibilite, ao franqueador, a manutenção da estrutura que de suporte ao seu
sistema.
A
solução dessa latente discussão passa, necessariamente, pela via de duas mãos
chamada parceria, em todo seu sentido. Embora muita água ainda vá correr sob
esta ponte que liga os diferentes interesses envolvidos, uma idéia para a
cobrança de royalties explícitos e fixos pode ser a seguinte:
► Os franqueados pagam um valor fixo de
royalties. Todo franqueado da rede é avaliado mensalmente através de clientes
avaliadores, desempenhos operacional e financeiro de sua franquia. A medição é
essencialmente técnica e qualifica o franqueado, após três anos de operação de
sua loja, para ser um Mestre Franqueado. Conquistando este conceito, o
franqueado ganha o BÔNUS DE EXCELÊNCIA e o valor fixo dos royalties reduz em ⅓. O Mestre Franqueado
pode e deve divulgar a franquia, licenciar, treinar e orientar qualquer novo
franqueado e receberá também ⅓
do valor da taxa de franquia como BÔNUS DE TREINAMENTO. Todo Mestre Franqueado
integra o Conselho Consultivo e Deliberativo da rede e tem voto como os demais
participantes. O Franqueador tem assento permanente neste Conselho, voto igual
aos outros, detendo, entretanto, o voto de minerva. Por óbvio e por coerência,
uma vez obtida a qualificação de Mestre Franqueado não há volta, ou seja, a
perda da condição implica na rescisão do contrato de franquia com a rede.
A
proposta é ousada e será colocada em xeque por franqueadores e consultores
conservadores (quase todos o são), pois é difícil mexer em time que está
ganhando. É certo que críticas serão feitas porque dois dos principais dogmas
do sistema passaram por ajustes nesta proposta. Isso é compreensível e
desafiador, pois uma eventual discussão sobre o estado atual das coisas quebra
o marasmo da mesmice e contribui para a evolução do sistema.
O
primeiro ponto tocado refere-se à remuneração do franqueador que passa a
receber um valor fixo, visto que objetiva constituir toda a rede com Mestres
Franqueados. Aparentemente há uma redução na renda bruta do franqueador, mas a
rentabilidade pode permanecer a mesma, ou ser até maior, dependendo do grau de
comprometimento nos custos, particular a cada empresa, no que tange à sua
estrutura funcional. Na concepção atual do franchising, os royalties recebidos
servem para custear uma equipe de profissionais para captação, seleção,
treinamento, abertura e fiscalização das unidades franqueadas, principalmente.
Essa constatação mostra que, de fato, pouco dinheiro entra no caixa do
franqueador pelos usos da marca e de seu sistema de negócio. Grande parte dos
recursos é usada na máquina administrativa necessária para controlar o sistema.
O âmago da proposta, o segundo ponto, é a delegação de grande parte destas
atividades para os Mestres Franqueados, mesmo porque a quase totalidade do
treinamento de um novo franqueado já é feito operando uma unidade do sistema.
Alguns podem argumentar que somente o franqueador pode dar um treinamento
qualificado por ser o criador e detentor do negócio, mas isso é discutível. Na
verdade, os instrumentos oriundos da formatação do sistema do franqueador é que
balizam as unidades franqueadas, bem como as unidades próprias.
Outra
importante vantagem incorporada neste ajuste reflete o conceito da empresa sem
fronteiras, uma evolução da parceria, captado de forma soberba por Jack Welch,
um dos maiores executivos de nossa época, no livro “Jack definitivo” quando ele
comenta que a humanidade, ao longo de sua história, sempre premiou o inventor
ou a pessoa que teve uma boa idéia. Em sua maneira de ver, é muito importante
que também sejam recompensadas as pessoas que desenvolvem e trabalham a boa
idéia, e não somente o idealizador. Essa ausência de limites, ou fronteiras,
faz com que o relacionamento entre as pessoas seja estreitado e a vida
empresarial seja compartilhada por todos, criadores e colaboradores. Ele
finaliza lembrando também que isso aumenta a permeabilidade empresarial, muito
desejável para incorporar as melhores idéias e práticas executadas em outras
empresas.
LEMBRETE
Royalties
implícitos são pagos de forma antecipada, na compra de
produtos do franqueador porque estão inclusos nos preços de reposição de
estoque.
Royalties
explícitos são pagos posteriormente, após a venda de
produtos, e são normalmente vinculados ao faturamento bruto da franquia.
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